É sabido que com a força do real junto com o medo da violência no Brasil, vários empresários brasileiros junto com suas famílias, ainda estão se mudando para os Estados Unidos. Vêm para cá buscando o American Dream.
Acontece, que apesar de quase 20 anos de imigração contínua, muitos já vieram, construíram, perderam, e podemos garantir que poucos guardaram. Muitos brasileiros vieram com muito dinheiro e perderam tudo. O que é uma tristeza. Para quem já perdeu muito sabe o quanto é doloroso...
Você já escutou a pergunta “quer levar de volta US$ 1 milhão de dólares dos USA para o Brasil? Então, leva US$ 2 milhões, porque US$ 1 milhão vai ficar!”. Piadas a parte, é quase sempre uma verdade.
Mas será que o mercado americano é tão cruel assim? Atendendo exportador brasileiro e os interessados em fazer negócios com os Estados Unidos há anos, podemos dizer sim e não. Sim porque a voracidade do mercado é cruel. A concorrência é predadora.
Aqui existem os category killers que são os matadores de categorias. Ai daquele fabricante que cruza o caminho deles. Não podemos negar, eles são impiedosos. Tiram você do jogo, sem jogar sujo, mas com força econômica e estratégia de marketing e vendas demasiadamente agressivas, que o brasileiro não está muito acostumado a ver.
Mas onde está a resposta não? Na testa do Golias. Na luta entre Davi e Golias, a testa do Golias era tão grande que Davi não tinha como errar. Não discutindo a base bíblica que deu a vitória a Davi, o mercado americano é gigantesco e esses category killers não estão em todas as cidades. Virtualmente eles estão cobrindo todos os Estados Unidos, mas muitos consumidores sejam eles pessoas física e/ou jurídica, ainda preferem o contato humano. Todos nós somos muito grandes na internet!
Ainda existem milhares de cidades nos Estados Unidos que não possuem nenhuma loja category killer, e provavelmente nunca terão porque os estudos demográficos não comportam tamanho investimento. Assim como você que lê essa matéria tem necessidades de consumo, os moradores dessas cidades também têm.
Mas o que fazer? Não existe o risco? Claro que sim. O famoso general Americano Douglas MacArthur disse que “ não existe segurança nessa terra, somente oportunidade”.
Como descobrir? Como pesquisar? Costumamos sugerir aos que podem, não fazer nada por uns meses. Somente estudar bem inglês, conhecer a cultura vendo programas de televisão “construtivos”, lendo jornais e revistas, desenvolver os conhecimentos de computador (para os que não tem), participar de seminários (a maioria são gratuitos) e visitar o máximo possível de trade-show no segmento de interesse, para ganhar intimidade com a indústria/mercado americano. Depois sim, decidir o que fazer.
Muitos empresários brasileiros bem sucedidos, trazem na bagagem o complexo Gabriela...”eu nasci assim, eu cresci assim...” e de um modo geral tendem a subestimar o mercado e a cultura americana de tocar um negócio.
Em Miami na Flórida ou em outro qualquer centro onde a língua portuguesa é muita falada, confundem o fato de falar português nos Estados Unidos e pensar que estão no Brasil. Definitivamente, como se diz em inglês, isso é “no no”. Querendo dar mais ênfase, levante o indicador e balance para os dois lados...”no no”.
O fato do empresário ter sido vencedor no Brasil, não quer dizer que será nos States. A ilusão de ser vitorioso muitas das vezes “embaça e confunde” a realidade do dia-a-dia.
Aqui nos States, aprendemos a trabalhar por trimestre, planejando e nos auto-avaliando. Por isso as grandes empresas fecham balancete a cada trimestre. Façamos o mesmo na nossa estratégia de vida. Isso serve para nos avaliarmos. Desta forma, analisamos se estamos indo na direção certa ou errada. A palavra de ordem hoje é mapa e não mais objetivo.
Como sabido, no Brasil não estamos acostumados a planejar. Como dito pelo antigo ministro, “no Brasil é impossível planejar por mais de seis meses”. E acreditamos que isso virou mania nacional, um ranço cultural. Se perguntarmos de como você gostaria de estar e onde estar em seis meses, você saberia responder? Em 3 anos? 5 anos?
Pesquisas confirmam que o otimismo excessivo junto com a vaidade, nos leva a decisões financeiras desastrosas. Temos visto famílias inteiras “acabarem” com o patrimônio, poupança, quando não com o casamento, pensando em conquistar a América no Brazilian Way, na maneira brasileira. A máxima, “acabou o milho, acabou a pipoca”, se aplica aqui.
Você que está lendo essa matéria pode até dizer que estamos sendo grosseiros ou estamos desanimando quem pensa em mudar para os Estados Unidos. Muito pelo contrário, só estamos incentivando a ter cautela. Cada vez mais o American dream, conforme a foto da matéria, está ficando apertado e um tanto quanto distante do que conhecemos no passado. E amigo leitor, contra fatos e dados não existe contestação. A história vai confirmar esse texto...
Não confunda cautela com insegurança. O que temos visto e acompanhado nesses quase 20 anos de Estados Unidos, nos dá segurança suficiente para escrever e sustentar qualquer tese relacionada a imigração da comunidade brasileira nos States.
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2 hours ago
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