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Wednesday, September 23, 2009

RECALL - Uma medida jurídica do mercado americano de proteção ao consumidor final ainda não muito aplicada no Brasil




Semanas atrás a poderosa Comissão de Segurança dos Produtos ao Consumidor - CPSC (Consumer Product Safety Commission) anunciou um recall de 20.000 camas beliches da grande loja Big Lots Store, muito conhecida de vários exportadores brasileiros. Os leitores brasileiros, podem ficar tranquilos que o recall foi em cima de uma fábrica de móveis vietnamita; mesmo assim o aprendizado serve.

Segundo a CPSC a Big Lots recebeu somente 14 registros de incidentes, sendo 4 leves ferimentos. Nenhum registro de maior relevância foi registrado! Como precaução a Big Lots está fazendo o recall. Com certeza tal atitude poderá livrar a Big Lots de milhões de dólares de indenização, caso acontecesse alguma coisa de maior relevância.

Se você souber um pouco de inglês e acessar o website nacional você irá ficar surpreendido com o que acontece no recall nos Estados Unidos.

Hoje o governo americano trabalha com seis agências federais em conjunto com a CPSC, para proteger o consumidor americano e a reclamação pode ser feita on line.

Não queremos ser profetas do apocalipse mas baseado em algumas barbaridades que temos vistos por aqui de produto brasileiro, seria bom o exportador brasileiro em todos os segmentos, pensarem em um plano B. Algum produto brasileiro entrar
em recall de proporção é uma questão de tempo.

Fora os processos milionários que os vitimados acionam, quanto custa a logística de reposição dos itens condenados. Por exemplo, pelo tamanho da peça, digamos que cada beliche tenha um custo de reposição de US$ 20.00, custará US$ 400,000.00 para repor! Como sabemos que não custará US$ 20.00 por peça, faça essa conta com qualquer valor e veja quanto pode custar! Isso sem considerar a multa!

A pergunta é a seguinte: quem paga por isso uma vez que é defeito de fabricação? O fabricante, o importador ou o distribuidor ?

Aqui na América quem não trabalha, ou considera processo futuros, os chamados liability (responsabilidade civil) ou os recalls (chamada de devolução de mercadoria), está querendo torcer um sistema. Está achando que está imune a um sistema vencedor...

Como o recall ainda é uma prática comercial pouco adotada no Brasil, que os envolvidos nessa operação tenham sabedoria, discernimento e “muita grana” para administrar essa situação.

Tomamos como exemplo o caso da bateria de litium-ion da Sony, que em um passado recente, teve que se render aos milhões de items retornados. Fora os automóveis, aparelhos eletrônicos, móveis, produto para criança, enfim, é infinito...

Aos que não acreditam que esse problema é mais sério do que mencionado, e acham que estamos exagerando sugerimos acessarem http://www.recall.gov/ ou http://www.cpsc.gov/ . Vale a pena a conferida.

Wednesday, September 2, 2009

Sonho americano x pesadelo americano - onde você se encaixa?

É sabido que com a força do real junto com o medo da violência no Brasil, vários empresários brasileiros junto com suas famílias, ainda estão se mudando para os Estados Unidos. Vêm para cá buscando o American Dream.

Acontece, que apesar de quase 20 anos de imigração contínua, muitos já vieram, construíram, perderam, e podemos garantir que poucos guardaram. Muitos brasileiros vieram com muito dinheiro e perderam tudo. O que é uma tristeza. Para quem já perdeu muito sabe o quanto é doloroso...

Você já escutou a pergunta “quer levar de volta US$ 1 milhão de dólares dos USA para o Brasil? Então, leva US$ 2 milhões, porque US$ 1 milhão vai ficar!”. Piadas a parte, é quase sempre uma verdade.

Mas será que o mercado americano é tão cruel assim? Atendendo exportador brasileiro e os interessados em fazer negócios com os Estados Unidos há anos, podemos dizer sim e não. Sim porque a voracidade do mercado é cruel. A concorrência é predadora.

Aqui existem os category killers que são os matadores de categorias. Ai daquele fabricante que cruza o caminho deles. Não podemos negar, eles são impiedosos. Tiram você do jogo, sem jogar sujo, mas com força econômica e estratégia de marketing e vendas demasiadamente agressivas, que o brasileiro não está muito acostumado a ver.

Mas onde está a resposta não? Na testa do Golias. Na luta entre Davi e Golias, a testa do Golias era tão grande que Davi não tinha como errar. Não discutindo a base bíblica que deu a vitória a Davi, o mercado americano é gigantesco e esses category killers não estão em todas as cidades. Virtualmente eles estão cobrindo todos os Estados Unidos, mas muitos consumidores sejam eles pessoas física e/ou jurídica, ainda preferem o contato humano. Todos nós somos muito grandes na internet!

Ainda existem milhares de cidades nos Estados Unidos que não possuem nenhuma loja category killer, e provavelmente nunca terão porque os estudos demográficos não comportam tamanho investimento. Assim como você que lê essa matéria tem necessidades de consumo, os moradores dessas cidades também têm.

Mas o que fazer? Não existe o risco? Claro que sim. O famoso general Americano Douglas MacArthur disse que “ não existe segurança nessa terra, somente oportunidade”.

Como descobrir? Como pesquisar? Costumamos sugerir aos que podem, não fazer nada por uns meses. Somente estudar bem inglês, conhecer a cultura vendo programas de televisão “construtivos”, lendo jornais e revistas, desenvolver os conhecimentos de computador (para os que não tem), participar de seminários (a maioria são gratuitos) e visitar o máximo possível de trade-show no segmento de interesse, para ganhar intimidade com a indústria/mercado americano. Depois sim, decidir o que fazer.

Muitos empresários brasileiros bem sucedidos, trazem na bagagem o complexo Gabriela...”eu nasci assim, eu cresci assim...” e de um modo geral tendem a subestimar o mercado e a cultura americana de tocar um negócio.

Em Miami na Flórida ou em outro qualquer centro onde a língua portuguesa é muita falada, confundem o fato de falar português nos Estados Unidos e pensar que estão no Brasil. Definitivamente, como se diz em inglês, isso é “no no”. Querendo dar mais ênfase, levante o indicador e balance para os dois lados...”no no”.

O fato do empresário ter sido vencedor no Brasil, não quer dizer que será nos States. A ilusão de ser vitorioso muitas das vezes “embaça e confunde” a realidade do dia-a-dia.

Aqui nos States, aprendemos a trabalhar por trimestre, planejando e nos auto-avaliando. Por isso as grandes empresas fecham balancete a cada trimestre. Façamos o mesmo na nossa estratégia de vida. Isso serve para nos avaliarmos. Desta forma, analisamos se estamos indo na direção certa ou errada. A palavra de ordem hoje é mapa e não mais objetivo.

Como sabido, no Brasil não estamos acostumados a planejar. Como dito pelo antigo ministro, “no Brasil é impossível planejar por mais de seis meses”. E acreditamos que isso virou mania nacional, um ranço cultural. Se perguntarmos de como você gostaria de estar e onde estar em seis meses, você saberia responder? Em 3 anos? 5 anos?

Pesquisas confirmam que o otimismo excessivo junto com a vaidade, nos leva a decisões financeiras desastrosas. Temos visto famílias inteiras “acabarem” com o patrimônio, poupança, quando não com o casamento, pensando em conquistar a América no Brazilian Way, na maneira brasileira. A máxima, “acabou o milho, acabou a pipoca”, se aplica aqui.

Você que está lendo essa matéria pode até dizer que estamos sendo grosseiros ou estamos desanimando quem pensa em mudar para os Estados Unidos. Muito pelo contrário, só estamos incentivando a ter cautela. Cada vez mais o American dream, conforme a foto da matéria, está ficando apertado e um tanto quanto distante do que conhecemos no passado. E amigo leitor, contra fatos e dados não existe contestação. A história vai confirmar esse texto...

Não confunda cautela com insegurança. O que temos visto e acompanhado nesses quase 20 anos de Estados Unidos, nos dá segurança suficiente para escrever e sustentar qualquer tese relacionada a imigração da comunidade brasileira nos States.